Pequenez, jeito estranho de traduzir o inacabado, a fluidez pede aceitação de ser, sem gestos, palavras, argumentações, que talvez sirvam para o campo da racionalidade sentir mais segurança, habitação incompleta, sem cheiro nem cor, o sensível diverso, da inspiração sentida, a fragilidade descoberta, nos pólos sagrados da humanidade, eis o mandamento, segredos combinados de ternura e silêncio.
Tesouro guardado, sabe a hora e o momento certo de mostrar-se, vivificar um tempo que já passou, numa prece atendida, revigorada, pelo movimento fenomenal de ser, no acontecer, agora, experienciar os afetos intrigados, a dor de não saber, o fisgo que leva aos mares profundos do significar escondido.
A poética do apreciar, rever os gostos, os desgostos, sentir o ar, a chuva intensificada, eternizada no menino de um tempo atrás, no hoje de um rapaz e no amanhã que se faz verbo, da palavra convertida em ação, na leveza solitária, acompanhada do misto integrado, no organismo insatisfeito, na contradição necessária das partes desconexas, no detalhe que faz voltar, ao universo congruente.
Saudade de ter saudade, a vida que por vezes sufoca a estética, nos rouba a simplicidade de valorizar o despercebido, o ativismo na contra mão da contemplação de cada instante, o barulho que nos cerca, distanciando-nos de nós mesmos, me perco nesta onda, nos ruídos desnecessários, na besteira de sentir tudo e qualquer e na fascinante capacidade de assumir o sentir na vida.