Subindo a Montanha

Escalar tão logo, já não tenho controle sobre raras montanhas, em forma de afetos imbricados de dor, o eu profundo se derrama, nesta, implicação medrosa, receosa, cara de muitos, abertura de poucos, a insegurança convida o fazer incessante, sem ao menos perguntar: para onde está indo?

Incompletude perturbada, ânsia do querer sem se tocar e reaver as reais necessidades, desejos marcados pelo ativismo insatisfeito, angustiante, na espera em nome do bem, sente muito, pensa o mundo, imagina homens de fé, mas da ré, freando suas expectativas de ser, por não ser, não agir.

Ações pequenas e preciosas, à luz de um pensamento, à voz de um desejo, os anseios de um homem, tanta vida que permanece dentro, arriscar agora custa, enfrentamentos que afetam, os afetos, em toda parte, além da natureza humana, a transcendência está na elevação de atos que se tornam palavra, à medida que este se desenvolve e faz nascer o homem, modificado pelo andar lento, demorado, mas ocupado de seu espaço em seu tempo reservado, no limite assumido, tomado em seu processo de acontecer.

O tempo é o tempo de cada um, por hora, mergulho nas ondas que me dão pé, do meu tamanho, no jeito que pode ser, sem pressa, mas sem tanta espera, fazendo, acontecendo, agindo no ritmo do gerúndio, que pede o presente perfeito, uma ação em andamento, continuada, não finalizada.